Reinicio este espaço falando de... felicidade!Você sabia que a felicidade é contagiosa? Não acredita? Pois saiba que essa afirmação é feita pela neurocientista Suzana Herculano-Houzel, baseada em pesquisas relatadas em seu livro Fique de bem com seu cérebro. Suzana afirma que, quando vemos alguém sorrindo, os nossos neurônios-espelho provocam contrações musculares necessárias para que imitemos ou espelhemos a expressão da pessoa. E, adotar uma expressão facial de felicidade, faz o corpo passar pelas demais alterações correspondentes pela felicidade, talvez por meio da ativação de estruturas que regulam essa emoção. O resultado é que somos contaminados pela emoção do outro: entendemos o que ele está sentindo e conseguimos ter o mesmo sentimento.
A autora ainda destaca que a felicidade não é algo que devemos esperar e sim conquistar, talvez com uma postura ativa e sábia diante da vida, e ainda alerta para os perigos de se almejar a felicidade permanente. Em suas próprias palavras: “alcançar o bem-estar não significa estar feliz o tempo todo e sim ter saúde mental (e física) para se sentir feliz quando for apropriado ficar feliz – e triste quando for adequado ficar triste”.
Então, essa história de sorrir e estar perto de pessoas bem-humoradas etc. não é papo furado. E, convenhamos, é sempre bom conviver com pessoas alegres, ainda que a gente deva respeitar os nossos momentos tristes e os dos outros.
Então, não deve, certamente, ter sido por acaso que encontrei esse texto da Martha Medeiros, cuja identificação foi total. Como ouvimos dizer exaustivamente, temos de ser felizes agora, nesse minuto, ontem de preferência, mas, vamos lá, depois de certo tempo, de fato, ficamos um pouco mais preparados para viver plenamente.
Aprendemos a conviver melhor com as ansiedades, angústias, cobranças e outras questões que, invariavelmente, atrapalham o nosso cotidiano.
Bem, eu busco incessantemente a minha felicidade. Tudo bem que ainda estou aprendendo, aprendendo, sobretudo, a aceitar as imperfeições e a tentar aproveitar cada minuto feliz.
E, voltando à questão da felicidade contagiante, constato que a afirmação é absolutamente verdadeira: basta eu ver o meu pequeno Lucas sorrindo, agora com seus 8 dentinhos, para sentir uma alegria infinita!
PS1.: Depois de um inverno um pouco longo, estou de volta. As pausas são necessárias e essa, em particular, foi importante para que eu pudesse viver alguns momentos muito especiais, como a maternidade. O blog ainda precisa de atualizações, no entanto, o principal é que estou de volta, contente por concretizar novamente sentimentos em palavras. A ventania segue seu caminho.
PS2.: Transcrevo a seguir um post, que gosto muito, escrito em junho de 2004, que fala exatamente de... felicidade.
A idade de ser feliz
Eu quero ser feliz já. Você também? E por que é que a gente enrola tanto para viver essa tal de felicidade? Alguém pode me explicar? Ah, claro, tem um montão de obstáculos (dinheiro, emprego, corpo, namorado etc. etc.). Ahã, eu acredito que eles existam mesmo, mas eles vão continuar existindo sempre e os dias passam, os meses, os anos, as décadas. Passou. E você? E eu? A gente está ficando, foi ficando, ficou.
Estive aqui confabulando com meus botões e cheguei à conclusão de que gosto de fazer um monte de coisas e não faço, por mil motivos. Eu adoro ir ao cinema, mas vou pouco, ao teatro, vou raramente, ao parque caminhar, programa de muito de vez em quando, ver exposição, ih, faz séculos que não frequento e por aí vai. Chego a (triste) constatação de que eu faço um esforço danado para me acostumar a muita coisa chata que tenho de fazer/aturar e quando se tem que fazer um esforço para as coisas boas, eu não faço. Contraditório, né?
Claro que a gente coloca prioridades na vida, não tem como ser de outra forma. E por que não colocar no meio dessa lista coisas legais que realmente podem nos fazer feliz? Felicidade pode ser um café expresso (com leite, clarinho) em um lugar bonito, em companhia bacana, um filme que emociona, um livro que atormenta de tão bom, até um programa de TV interessante, um passeio família, um amor que instiga ou que acalma. Uma paquerinha que deixa a gente assim, meio nas nuvens. Felicidade acompanhada ou sozinha. Felicidade às vezes com dificuldade, mas ainda assim, felicidade. Não é fácil, mas ninguém me convece de que seja tão difícil. Às vezes me falta coragem. A você também?
A gente se reveste de camadas protetoras porque, vamos ser sinceros, a vida, virou mexeu, nos dá uma puxada de tapete. Mas é a vida, não conto de fadas. Temos sim que nos proteger dessa violência absurda que não tem mais hora nem lugar, rezar (seja qual for sua crença) para que nada nos aconteça e, acima de tudo, agradecer diariamente por estarmos vivos ao final dos dias (eu faço isso). Temos também que nos proteger das porradas emocionais porque essas também machucam feio. De resto, é respirar fundo e ir porque ninguém irá por nós.