Thursday, July 28, 2005

Está tudo aqui

De vez em quando dá umas reviravoltas aqui dentro. Começa mansinha e, então, em um determinado momento tira a maior parte das coisas do lugar, ou melhor, dos sentimentos e das certezas mais certas.
Pode ser bom, mas em um primeiro momento é sempre ruim porque a sensação de estar perdida é muito grande. Como é que a gente pode viver sem as nossas certezas mais arraigadas, ainda que elas tenham se plantado às custas de muito "necessidade", que pode ocultar ainda muito "conformismo"?
Ao mesmo tempo, todos os adjetivos ruins acabam pairando sobre a sua cabeça e em determinado momento você se sente pior do que qualquer coisa que está em um nível muito, muito baixo. É desesperador...
Mas ao mesmo tempo, passado o primeiro impacto, a limpidez começa a surgir novamente. Eu revejo e repenso em muitas coisas e sinto que a minha estrutura mais profunda não foi totalmente destruída. Ainda que esteja diferente.
Os meus talentos estão aqui, o meu amor está aqui, a coragem, ainda que o medo também exista está aqui, os desejos estão muito fortes aqui e, talvez, o mais importante nesse momento, um mundo mais despido dessa ilusão que eu muitas vezes insisto em nele colocar abre-se a meus pés. A gente não precisa ser "ninguém" em espcífico para ser alguém. Prazer, prazer, prazer, a vida tem de ter prazer!

PS.1: Estou bem!

PS.2: Dessa vez vai: na volta do trabalho, coloco um tênis e ando meia hora (pelo menos agora no início)! Não é a melhor academia do mundo, mas quebra um galho!

Monday, July 25, 2005

Síndrome Garfieldiana

Nos inícios das semanas percebo que ando cada vez mais Garfieldiana em relação às segundas-feiras. Não chego a odiá-las (esse é um termo muito forte!), mas que elas estão "pesadas", ah, estão sim. Ainda mais quando o sol está perdido em algum lugar e a única coisa que se vê é um céu cinzento (como hoje), além disso, os meus olhos insistem em ficar fechados, mesmo quando eu digo que agora eles "devem" ficar abertos.
Eu bem que queria, mas nunca consegui passar um final de semana dormindo, literalmente jogada no sofá ou na cama, porque há sempre um lugar para ir, uma coisa para fazer. Talvez seja a minha urgência rotineira. De bom neste último sábado e domingo, posso dizer que dei pelo menos uma acalmada, tentando viver 24 horas de cada vez, priorizando tanto lazer quanto afazeres domésticos e leituras.
Estou tentando exercitar o presente, o que para mim é bem difícil porque estou invariavelmente aquém desse momento. Algo como "eu quero sempre as uvas mais altas" e tenho de pular cada vez mais para alcançá-las. Não que eu não possa pular mais alto, mas tudo a seu tempo. É isso.

PS.: Alguém tem uma receitinha de algo para animar nesse começo de segunda-feira?

Tuesday, July 19, 2005

Inesquecíveis olhos azuis

Fomos ver o musical Sinatra Olhos Azuis na sexta-feira. Eu adorei e o Alê também gostou. Eu estava com um certo receio de que ele não fosse gostar tanto. Sabia que ele estava me acompanhando mais porque sou fão incondicional do Frank do que propriamento pelo desejo genuíno de ir (e pagar a entrada). No entanto, valeu a pena, foi muito legal! Éramos o casal mais jovem que estava na platéia. A maioria do público ali beirava cinquenta para cima, ainda que houvessem alguns casais na casa dos 40 e outros poquíssimos na casa dos 30. E que pessoal animado, creio que eles estavam relembrando tempos passados. Destaque mais uma vez para as jovens senhoras de bolsinhas e lindos xales e cachecóis.

A balança apitou na semana passada e eu decidi dar um tapinha na minha alimentação. Eu andava comendo chocolate demais, doces demais, bolos demais. Enfim... 1 kg/2 kg a mais incomodam. Mas pensando bem, acho que esses peso tem muito mais a ver com o que eu ando carregando aqui dentro de mim. Sentimentos. Às vezes a gente não percebe, mas carrega pedrinhas ou pedronas e elas uma hora vão dar sinal de vida.

PS.: Ontem cheguei arrebentada em casa, jantei uma comidinha deliciosa e larguei tudo. Fiquei vendo um filme na Globo absolutamente "não estou nem aí" e finalmente relaxei. Preciso desesperadamente fazer isso com mais frequência, já que, nem aos finais de semana, eu consigo apertar a tecla off.

Thursday, July 14, 2005

Exercício do dia: sonhar

É como eu sempre digo: "me deixem sonhar". Sonhar é um dos combustíveis da minha vida, gratuito e essencial.
No Mini Saia, a Andreah também fala muito de sonhar, do quanto a gente deixa de fazer isso por uma série de razões. E aí, sem querer, chegamos ao ponto que sonhar nos amedronta. É proibido. E por nós mesmos. É como tudo o que fica parado, atrofia...
Eu conheço pessoas que sonharam uma vida inteira, nunca desistiram e conseguiram concretizar algumas coisas que tinham significados muito especiais para elas. E continuam na batalha. Isso não significa que vá demorar tanto para que algumas coisas aconteçam. Mas depende de nós, nada cai do céu (pelo menos para mim nunca caiu!).
Eu me encanto com revistas de decoração, com ímas de geladeira e outros utensílios lindos para cozinha, com o clima de cafés charmosos que eu imagino que possa trazer para dentro da minha futura casa. Eu sonho com isso, sem deixar, no entanto, de viver a minha morada atual. Eu vivo as minhas velas, flores e porta-retratos de agora e os do futuro. Eu vivo intensa e plenamente os meus dias ao lado do Alê e não espero nada para ser feliz ao lado dele. Eu já sou. E como!
Eu ainda sonho meu artesanato, minhas peças de decoupage. Mas eu também faço, na medida do possível, algumas delas. E existem ainda sonhos com um milhão de outras coisas (deu para perceber que meus devaneios atuais estão voltados para um determinado foco, né?!).
Ah, não posso deixar de citar os meus escritos, mas esses tenho plena consciência de que dependem mais de mim do que do sonhos: mais transpiração, menos inspiração.
O que eu tenho plena certeza é que sei que eu posso sonhar, posso ter a cabeça nas estrelas, sem, no entanto, ser uma lunática fora da realidade. Porque é possível realizar esses milhões de coisas que estão na minha cabeça, de um jeito ou de outro.

PS.: E você, anda exercitando os seus sonhos?

Tuesday, July 12, 2005

Voltei. Agora para ficar.

Do novo lugar
Mudamos. Eu gostei do novo lugar. Uma sala mais ampla. Um prédio mais seguro. Um novo bairro a explorar. Mistura de chique e popular, ou seja, tem de tudo para todos os gostos.

Fora do mundo
Fiquei desconectada mais de uma semana. Nossa, como senti falta dessas viagens que a internet proporciona. Mas isso me deu um tempo para pensar um pouco sobre os meus escritos, aqueles que estão guardados em algum arquivo desse micro e outros que ainda estão no imaginário, loucos para tomar forma.

De dentro para fora
Eu nasci de 9 meses, mas quem me conhece pode até pensar que, com 7 meses, eu cheguei a esse mundo, tal a minha "ânsia": buscar, resolver, decidir, viver... Tudo na minha vida tem uma intensidade que, se por um lado é maravilhosa por me permitir vivências em plenitude, por outro, causa estragos, às vezes profundos e bastante doloridos.
Claro que eu não escolho sofrer, mas tenho uma parcela muito grande de responsabilidade em tudo o que acontece fora e, principalmente, dentro de mim.
Às vezes eu fico querendo uma fórmula mágica para resolver o que eu acho que está errado. Tem horas que eu gostaria de ser outra pessoa, exterminar o que me causa irritação: ser menos enrolada, bagunceira, cansada, triste, nótica, histérica etc. E eu ainda quero ser a supermulher que eu já citei antes. E o pior (ou melhor!) é que eu sei que ela não existe. Assim como me transformar em outra pessoa, mesmo que em alguns aspectos, é totalmente irreal.
Eu observo tanta gente com motivos muito maiores que os meus para sofrer e, no entanto, com uma alegria inerente, uma chama interna, um jeito de não deixar a peteca cair. E aí eu fico mais irritada por me irritar com coisas aparentemente pequenas. Ah, claro que não existe termômetro para o que vivemos e as comparações são sempre desastrosas. Isso eu sei. E sei também que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Mas há uma diferença grande entre teoria e prática.
Pelo menos eu entendo que a consciência é o único caminho a seguir. Não adiantam choro, vela, beicinho, fossa ou manual “resolva sua vida em 24 horas”. É de dentro para fora. Vamos?
(Esse post tomou forma na na sexta-feira - 8/07)

PS.: Como é bom estar aqui!

Sunday, July 03, 2005

Mudança

Estamos de mudança de endereço no trabalho. Já falei e volto a repetir que mudanças são sempre boas, mesmo que em alguns casos a gente não consiga ver nada de bom nisso. Às vezes mudanças abruptas nos fazem ver que estamos muito acomodados.
Não é o meu caso atual. Acho realmente que novos ares serão bons para todos. Principalmente para os ânimos. E o melhor de tudo isso é que quando a gente vai arrumando as coisas para levar faz uma verdadeira limpeza. E como acumulamos inutilidades.
Por conta disso, estou correndo, sem tempo para nada pessoal e, ainda por cima, não sei como ficará a questão da internet no novo endereço, então é bem provável que eu fique meio ausente. Mas já estou com saudades de todos os meus leitores e dos blogs amigos, afinal, eu estou aqui escrevendo para mim, mas fundamentalmente para vocês. Obrigada!

PS.: Fernando: muita alegria em saber que vamos poder contar com sua presença por aqui. Seja muito bem-vindo!