Monday, October 31, 2005

Ontem fui a Aparecida para pagar uma promessa. Agradecer. Não sou católica de carteirinha, aliás, não concordo com muitos preceitos da religião, mas, sem dúvida, eu tenho fé. Acredito em Deus. Isso para mim está acima de tudo.
O que mais impressiona ali é a comunhão, todos unidos pela mesma força, independentemente da raça ou condição social.

Eu sempre digo, sonhar, me deixem sonhar, porque sonhar ainda não paga e eu realmente acho que esse é o começo para que os desejos tornem-se realidade. Eu estou sonhando, com os pés no chão, pois é preciso. Às vezes o sonho tem de se adaptar. Ah, não sabia? Sim, ele muda de formato, mas não de grandeza. Enfim, é a frase atual, meu lema de vida do momento: “bem-vinda à realidade”. E ainda bem, porque eu poderia levar anos para chegar nesse ponto. Mas está tudo OK. Eu sempre corro atrás do que eu quero e nada, absolutamente nada é impossível.

PS.: Ontem muitas delícias açucaradas: canjica e bolo de iogurte... dá água na boca só de pensar. E muitos momentos família também, muito bom.

Wednesday, October 26, 2005

Letras

Assim como ontem eu precisava dormir porque um sono avassalador tomou conta do meu corpo, hoje eu senti uma vontade desesperada de escrever. Escrever.
Colocar para fora meus escritos não concretizados, meus personagens que estão pedindo passagem, jogados aqui dentro, bem lá no fundo, sem perspectiva imediata de aparecem do lado de cá.
A minha história começada há anos continua inacabada, os contos que eu ia fazer, não fiz, e o desejo existe, pulsa, faz sinal para ser atendido. E eu começo a acreditar que, se fosse uma obrigação, claro, eu teria realizado, mas eu não quero que seja uma obrigação porque escrever dá tanto, mas tanto prazer, que apenas quem ama fazer isso sabe do que eu estou falando.
Um tempo atrás eu disse que a leitura me faltava de forma dolorida. Ainda assim eu não conseguia recolocá-la na minha rotina. E aí a contradição, como algo que me proporcionava tanto prazer podia não existir deliberadamente em minha vida?
Essa falta de entendimento era imaturidade, o medo de me perder de mim. De romper com minhas convicções mais fortes ou aquelas que eu achava que tinham de perdurar custe o que custasse. E como dói, dói mesmo, não aceitar os próprios momentos.
Hoje tenho livros novamente entre minhas mãos e de um jeito bem mais tranqüilo porque eu sei que o meu amor por eles é verdadeiro, capaz de passar por turbulências. Não preciso ter receio de que o sentimento acabe porque em alguns momentos o ato da leitura deixou de ser absoluto em minha vida.
Também percebo que escrever passa pelo mesmo processo, ainda que eu fique preocupada quando as coisas não caminham no ritmo que eu gostaria. Além disso, tenho consciência de que aqui neste blog realizo o exercício da escrita, que está longe de ser diário, mas se faz presente em suas cores mais vivas.
O que eu percebo agora é que as coisas podem ser infinitas pelo tempo e fases que durarem. E o nosso desejo, para tudo nessa vida, deve ser constantemente renovado.

PS.: A semana está braba, o sono continua forte!

Wednesday, October 19, 2005

Apaixonada

Apesar das mil milhares de coisas que cuidar de uma casa exige, vou confessar que sou apaixonada pelo meu canto. Claro que gosto dele em ordem, mas mesmo bagunçado, e frequentemente está, continuo apaixonada.
Ah, claro, é um apartamento antigo, como eu já disse aqui anteriormente, com todas as questões que envolvem essa “idade”. Mas como é bom chegar, tomar um café, comer uns biscoitos e ficar na mesa com o Alê falando da vida. Ah, eu poderia enumerar muitas outras situações cotidianas que me trazem alegria.

Quando saímos da casa dos nossos pais optamos por um caminho sem volta. Nem sempre é fácil tomar essa decisão, aliás, a maioria das vezes não é. No entanto, é algo muito positivo, se feito com responsabilidade. Tudo bem, um dia por algum motivo, podemos até voltar a morar com eles, mas aí a cabeça já vai ser outra, daí a expressão "caminho sem volta".
Cortar laços é complicado, mas, em casos como esses, nem considero um corte, considero consequência. Porque o amor se mede pelo real sentimento, não pela distância, além disso, a gente tem de ir a luta, pelo menos algumas pessoas sentem essa necessidade (eu!!!).
Com certeza ao optarmos por isso, passamos a valorizar mais o que os pais fizeram pela gente, vamos descobrir como as coisas são caras e perceber que a louça e roupa não se lavam sozinhas.

Eu nunca condicionei a saída de casa a um casamento porque estava absolutamente desiludida com relacionamentos amorosos e não ia ficar esperando um homem cair do céu. Era um pensamento muito "conto de fadas para o meu gosto". Respeito quem pense assim, mas isso pode gerar uma grande frustração.
Para mim sempre foi insuportável ter de esperar o que quer que fosse do outro. Hoje percebo que, de um lado isso foi bom para que eu lutasse pelos meus desejos, mesmo que muitas vezes eu ficasse triste na minha solidão. Por outro, também tenho consciência que esperar às vezes é muito necessário. E eu não sou tão auto-suficiente a ponto de não depender de ninguém. Posso ganhar meu dinheiro, mas dependo (de forma positiva) do afeto de muitas pessoas que hoje amo.
Ter percebido isso me ajuda a melhorar a cada dia a minha vida amorosa. E eu ainda estou aprendendo. Tem gente que chora, mas não está nem um pouco a fim de colocar uma pessoa em sua vida. Relacionar-se é maravilhoso, mas trabalhoso também (alguém acha que não é?). Ninguém é exatamente do jeito que a gente quer. E com o tempo, se for uma pessoa especial e valer a pena, a gente passa a aceitá-la até com seus defeitos. E a aceitação tem tudo para gerar muito, muito amor.

PS.: Bjs para você, meu grande amor!

Monday, October 17, 2005

Variadas

Na sexta fui a um restaurante descolado, onde comi uma carne de soja bem gostosa. Adoro esse tipo de comida, apesar de muita gente não achar a menor graça nesse tipo de opção natureba.
Depois fui visitar duas lojas de artesanato. A primeira com muitas velas, cerâmicas e outros badulaques legais. Uma graça. Para variar, fiquei imaginando a minha futura nova casa com aqueles enfeites. Porque a atual já está enfeitada em sua capacidade máxima. A segunda vende material para artesanato. Adorei a Bete, que me atendeu com muita simpatia e me deixou bem à vontade.
Estou imaginando “confeccionar” todos os meus presentes de Natal. Mas não sei se vou ter tempo para tanto. Acho que não. De certo, vou fazer, com muito amor, uma caixinha para minha irmã, que faz aniversário no mês que vem.
Ai, queria ter feito uma outra para a Rosangela, mãe do Alê, para homenageá-la pelo Dia dos Professores. Ela adoooooora os pequerruchos para os quais dá aula. E isso eu admiro e muito.Um beijo bem especial para ela.

PS.: No sábado fiz mais uma sessão de shiatsu, foi muito bom!

Tuesday, October 11, 2005

Memórias

Não devemos viver delas. Devemos, sim, beber dessa fonte, do que for bom para nós, do que tiver um gosto que o replay seja prazeroso.
E, quando o assunto é recordação, nada melhor do que os deleites a que somos remetidos ao lembrar de algumas canções.Quanto eu tinha 14 anos, conheci e me apaixonei pelo Chico Buarque e essa música ficou na minha cabeça. Está até hoje. E vai continuar.

Eu te amo
(Chico Buarque e Tom Jobim)

Ah, se já perdemos a noção das horas
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei para sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

PS.: Bom feriado para todos!

Monday, October 10, 2005

Sem manual

2 filhos de Francisco. Muito café expresso com bolo. Mamãe. Almoço com a Sílvia. Decoupage. Lojinhas de artesanato. Novela das 6 e das 7. Sono gostoso. Arrumações. Muitas vitrines. Chocolate. Agenda médica e odontológica em dia (foi necessário!). Minhas férias foram mais ou menos isso. Ah, fiz até shiatsu, foi ótimo! E passou tudo muito rápido!

Muitas coisas (como sempre) na minha cabeça, mas defini um objetivo prioritário para o qual todas as minhas energias estão voltadas. Dessa forma, com uma meta estabelecida, sinto-me mais forte. Ainda assim, preciso de muita serenidade para não ficar reclamando. Aliás, cada vez percebo mais o quanto sou reclamona e como não adianta nada me comportar dessa forma. Às vezes parece que se eu reclamar bastante alguma coisa vai acontecer e me livrar do que reclamo ou ainda alguém vai dar um jeito. (Quem, cara pálida?!).

Ah, falando nisso, outro dia ouvi umas coisas que mexeram demais comigo. Algo como a sabotagem que muitas vezes faço comigo mesma. Por que será que isso acontece? Eu nunca tinha me dado conta, mas para algumas questões eu levanto imenso muros e quando os muros são colocados abaixo com inteligentes argumentos, eu simplesmente digo que não cuido de determinado assunto por “falta de tempo”.

Apesar de toda a consciência que eu “tento” ter em relação às coisas, existem algumas que eu realmente preferia não ter de assumir. Estou falando de coisas cotidianas que estão ali e têm de ser feitas, resolvidas, supervisionadas. E eu não quero. E não há como fugir. Posso pensar em estratégias para lidar melhor com elas, mas eu tenho que encará-las. E isso dito, palavra a palavra, é como um soco no estômago, mas é a vida.

Não, não estou melancólica, muito pelo contrário. Ganhei flores na semana passada e muito carinho. Estou aprendendo a ver o mundo com uma “cor” diferente. Eu continuo disposta a amar cada vez mais e a entender a grande parcela de responsabilidade que existe quando se toma uma decisão dessas. Talvez eu esteja conseguindo compreender um pouco mais o meu jeito de funcionar. E sem manual.

PS.: Saudades desse meu canto. Saudades de todos vocês!