Tuesday, October 31, 2006

Sobre a felicidade

Foi na terça-feira (24/10), depois de ter passado um final de semana bem difícil, que decidi que eu vou mesmo ser feliz.

Não que antes eu tivesse feito a escolha de ser infeliz, muito pelo contrário, mas quando a gente impõe isso para a gente mesmo e fica tentando achar a fórmula não vai dar certo (pelo menos comigo não funcionou como eu gostaria).

Ser feliz é de fato conseguir ser feliz AGORA. Porque, me responde, a gente sabe o que será o amanhã, por mais que a gente planeje?

Claro, que temos de traçar planos para o futuro, ser otimistas. Refletir sobre o passado (se for o caso), mas se passamos a fazer dos dois tempos o tempo atual, não sobra nada. E a vida fica muito chata, triste e sem perspectiva.

O tempo passou, eu posso querer resolver tudo na hora etc. etc., mas nada disso pode me impedir de ter momentos felizes, de ser feliz mesmo. De ir ao cinema, comer bolo e tomar café, curtir as pessoas e os lugares que eu amo, de ser feliz por eu ter saúde, por escrever um texto, ler um livro, comprar um enfeite para a minha casa e uma roupa nova.

Acho que não vale a pena se desgastar tanto com o que passou e com o que está por vir. Ainda que eu seja ansiosa dos pés até o último fio de cabelo e, em muitos momentos, entre em um desespero cruel para resolver tudo o que eu (julgue) não ter resolvido em meus 33 anos de vida.


Eu acredito muito em esforço, em você lutar para conquistar aquilo que deseja, mas eu acredito ainda mais em estratégia, porque ser apenas um nerd, em qualquer que seja a área da vida, definitivamente não é sinônimo de resultados garantidos.

PS.: don´t worry, be happy!

Monday, October 23, 2006

Aceitação

Rosana é professora de yoga. Uma das profissionais mais dedicadas e sérias que conheço. Não falo sem conhecimento de causa, pois tive o prazer e a honra de ter aulas com ela por três anos. Se ela não trabalhasse prioritariamente com o corpo, bem poderia trabalhar com as palavras, tal é o seu talento com as letras. Portanto, quando recebi esse texto seu, que me caiu como uma luva, não pude deixar de reproduzi-lo por aqui.

Praticar é meu mantra
rosana biondillo


A prática de Yoga pode ser fundamental quando o assunto é auto-estima, pois suas técnicas promovem a auto-aceitação, e, de modo abrangente, a auto-estima está intimamente ligada ao aceitar-se como em essência se é. Veja que quem não se aceita, não pode almejar o autoconhecimento e muito menos a auto-realização, que são metas a ser alcançadas com a prática regular de Yoga.

A auto-estima está intimamente ligada à auto-imagem, ou à maneira como você enxerga a si mesmo, mas deveria estar ligada aos processos de percepção, de sensibilização, de autoconhecimento e de auto-aperfeiçoamento do ser. Por isso, é importante reconhecer que fazer uma imagem de si mesmo não é a mesma coisa que perceber, sentir e conhecer a si mesmo.

Geralmente, criamos uma auto-imagem baseados no que os outros pensam a nosso respeito, na maneira como gostariam que fossemos e também na maneira como nós mesmos gostaríamos de ser. Essa é uma forma cruel de dependência e de cerceamento da liberdade de poder mudar, de poder fazer novas escolhas, de poder optar por um caminho que não o previamente traçado e moldado pelas ilusões e pelas opiniões alheias.

Dentro da filosofia do Yoga, todas as imagens servem infalivelmente para uma constatação: somos pessoas frágeis e nos decepcionamos profundamente quando não podemos parecer bem aos olhos dos outros. Fabricar uma imagem que você gostaria que os outros tivessem de você, ou que você gostaria de ter de si mesmo, é no mínimo duplamente desgastante e decepcionante, pois além do trabalho de construí-la, você terá que ter o trabalho de destruí-la - isso se alguém não fizer isso antes!

De acordo com os dizeres dos autênticos mestres do Yoga, o corpo merece e deve ser tratado com respeito e dedicação para manter-se sempre saudável e produtivo, pois é o templo da alma. Iyengar costuma dizer que o corpo é seu templo, que as posturas são suas preces e que praticar é o seu mantra.
- Body is my temple, asanas are my prayers, and practice is my mantra! - repete Iyengar constantemente

Ao vivenciar o Yoga de uma forma mais subjetiva e simples, onde o corpo passa a ser seu templo, as posturas, suas preces, e a prática, seu mantra, você logo irá começar a perceber e a sentir que sua força e luz interiores são muito mais poderosas do que qualquer opinião ou imagem que possam ter de você. E, com certeza, irá também lembrar-se de que se aceitar e ser solidário consigo mesmo, apesar de reconhecer todos os seus indesejáveis condicionamentos e limitações, é o primeiro passo para a tão almejada mudança, para aceitar os outros como são e não como gostaríamos que fossem, para o cultivo do respeito ao próximo, para a aceitação da diversidade no mundo e para a construção de uma cultura de paz.

PS.: uma semana zen para todos!

Friday, October 20, 2006

Sem lamentação, sem brutalidade

Chega de tanta lamentação. A vida corre, quer você queira ou não. Insatisfação temos a todo momento. Saber lidar com elas é o segredo de "tostines". Temos crises sim. E elas têm de ser vividas para ser superadas. Faz parte do nosso processo de amadurecimento, de conquista ou até mesmo de renúncia.

Um caldeirão de idéias borbulha na minha cabeça. Às vezes eu quero tudo o mais racional possível. Quero uma metologia para viver feliz. E é claro que isso não existe, não dessa forma absolutamente organizada que eu almejo: 2+2= 4, pode dar 5, 6 ou até mesmo 7.

Ah, e eu sou de uma ansiedade tão descontrolada que, de vez em quando, chega a doer no peito. Faz tão mal. A carroça na frente dos bois. Sempre. E tudo no plano emocional, imaginar e sofrer com a cena do próximo capítulo, sem nem ao menos ter assistido ao episódio anterior.

Certas coisas não se resolvem em 5 minutos, portanto, não vamos sobrecarregar nossos corações. A gente tem de escolher sim o que, e se, "fazer". Só que nem sempre precisa ser de forma desesperada, com culpa e até brutalidade. Ação e reação, mas tudo a seu tempo.

PS.: esse recado é para você mesmo. Força. Estou ao seu lado para o que precisar. Sempre. Todo carinho meu.

Thursday, October 12, 2006

Ação

Feriado.

Passei o dia praticamente inteiro arrumando guarda-roupas, com a ajuda da minha irmã, que é ótima no quesito "tudo em ordem". Percebo que tenho uma tendência a "reter" coisas que não vou usar, tenho dificuldade de me desapegar e isso, definitivamente, não faz bem para a vida porque a energia tem de circular. Continuamente.

Agora vou fazer uma torta light e ainda pretendo estudar um pouco de inglês (estou lendo um livro, tirando as teias de aranha!).

Pois é, ação é a palavra de ordem.

PS.: e não que pensar, refletir etc. e tal não seja essencial, mas quem pensa muito, não faz.

Friday, October 06, 2006

Sobrevivência

Quem mora em São Paulo sabe do que eu estou falando: trânsito.

Sinceramente, acho que nem valeria a pena desperdiçar um post inteiro falando desse assunto, mas está aqui dentro, me sufocando. Subindo pelas veias.

Está insuportável para mim aguentar o caos que é essa cidade, pelo menos quando o quesito é esse. Além dos congestionamentos monstruosos, não basta somente você ser responsável na direção, tem de rezar para que os outros também sejam. E nem sempre eles são, como aconteceu na terça-feira, quando um maluco por pouco não bateu em mim. E ontem, quando eu saí mais cedo do trabalho e, ainda assim, perdi o horário do dentista porque choveu e a cidade parou.

E a irritabilidade vai me dominando, eu não consigo controlar e fico muito, muito mal humorada. Eu sei que não tem remédio. Que sou uma reclamona de plantão e que, como minha mãe muitas vezes me fala, "muitos levam uma vida em condições bem piores do que a minha". O que obviamente não me convence porque cada um tem a sua história e o seu momento. Mas, ok, eu tenho de ficar zen.

O que acho pior é que tudo fica ruim se a gente deixar. Até as melhores coisas da vida perdem parte de seu encanto. Não gostaria de me sentir assim, mas agora estou me sentindo.

Eu não quero chegar na minha casa sem ânimo (como está acontecendo) e ficar ainda mais desanimada por saber que certas coisas não dependem somente de mim. Aceitar uma condição (e não se conformar com ela) talvez seja a melhor solução. Uma solução ponderada para uma pessoa que definitivamente não é (eu!). Paninhos quentes nem sempre resolvem.

Mas eu tenho de encarar mais essa (e olha que eu não sou de fugir!), não adianta ficar choramingando. São Paulo é isso mesmo. Assim é um pouco a vida. Uma hora essa raiva meio misturada com tristeza passa.

PS.: Por uma questão de sobrevivência tem de passar.

Sunday, October 01, 2006

Por onde correr?

De repente a gente se dá conta que se distanciou de tanta coisa. Das coisas que gostamos, daquelas que queremos entender melhor ou nos aprimorar. Então cria-se esse vão. Explicável e inexplicável.

Eu estou sentindo isso. Hoje sei que, muito mais do que eleger prioridades, preciso tomar algumas atitudes para que elas sejam colocadas em prática.

Tem coisas que não faço por pura preguiça, outras porque acho que meu tempo não é bem administrado, outras ainda... será que minha exigência está além do aceitável? Creio que sim, no entanto, sei também que preciso de disciplina.

Às vezes a gente olha e acha que não tem muito por onde correr ou como correr de outro jeito. Mas tem sim. Só que, como eu sempre digo, mudanças envolvem atitudes, que por sua vez envolvem riscos. Quem quer arriscar levanta a mão.

PS.: sobrevivi ao primeiro final de semana de dieta. Claro que dei uns tropeços, mas tudo perfeitamente aceitável.