Sunday, February 26, 2006

Ficou na tentativa

Eu tentei e tenho certeza de que você também deve ter tentado. No meu caso, foram três vezes. E fiquei por ali, talvez na página 70 ou 80. Agora não me lembro bem.
Eu já havia lido vários trabalhos da Clarice Lispector e sempre gostei do seu tipo de escrita: instigante, profunda e devastadora, algo que sempre foi além, que te deixa pensando e depois, muito tempo depois, ainda está na sua cabeça. Foi quando eu fiquei sabendo daquele livro: A Paixão Segundo G.H. Fiquei louca para ler, louca de um desejo desesperador, bem típico da minha personalidade, até porque paixão é sempre paixão e vai ser diferente para mim, para você ou para o outro. E para G.H. ...?
E então, a Mônica, amiga de faculdade, me deu o livro de presente. Fiquei encantada. E parti "para cima".
A leitura começou bem, até porque todas as características que eu sempre apreciei na Clarice estavam ali. Em abundância. Mas talvez um pouco além do que, naquele momento, eu poderia degustar.
Parei. Mas não esqueci o livro.
Passado um período, comecei a ler novamente o livro. De novo empolgação. Mas não demorou muito para a leitura "encalhar" pela segunda vez.
E nas duas vezes que isso aconteceu, entrei no que eu chamei de "crise" de leitura. Fiquei meio amargurada comigo mesma, em uma luta que eu inclusive já citei por aqui.
No ano passado, pela terceira vez (ah porque se tem algo que eu sou, esse algo é persistente), fui para a "empreitada". De novo, do início, para não perder o fio da meada antes mesmo de ele começar. Mas, pela terceira vez, a leitura virou-se contra mim.
Então do alto do salto 14 da minha persistência, desisti. Pelo menos por enquanto. Admiti que não consigo ler esse livro. Que sua profundidade é demais para a minha cabeça. Que é chato (difícil falar isso), que a leitura não flui, que não me dá prazer. E desculpe, mas se não dá prazer, no way.
Acho que hoje posso entender que a vida é assim. Tem a persistência sim, os embates saudáveis, mas, acima de tudo, prazer porque leitura é prazer.

PS.: Quem sabe um dia eu descubro a "paixão de G.H.". Por enquanto, vou tomar sol em outras praias.

Tuesday, February 21, 2006

Escrever

Quero me atirar, desesperadamente, em tantos lugares que não seria capaz de descrevê-los.
Eu quero minhas palavras soltas ao vento, mas também no mar, na terra, no conhecido e além do horizonte.
Porque escrever é minha sobrevivência.

Minha verdade absoluta. Na alma.

PS.: Escrever é o meu elixir, meu chá verde, minha yoga, um céu azul e uma manhã ensolarada.

Friday, February 17, 2006

Agulhinhas

Imagine você com mais de 25 agulhas por todo o seu corpo. São agulhas muito fininhas, colocadas em lugares, digamos, “estratégicos”. Essa situação perdura por cerca de 20, 30, 40 minutos, pelo menos uma vez por semana. Ficou impressionado? Mas não precisa. Isso é apenas acupuntura.
Voltei a me entregar a essa especialidade da medicina chinesa. Pela terceira vez. O motivo? Em-xa-que-ca. Essa “chata, boba, ridícula”, que me atormenta há tanto tempo. Somente quem tem para saber do que se trata.
Bem, eu poderia aqui contar toda a novela a respeito da minha dor de cabeça, mas acho que não vale a pena. Resumindo: minha enxaqueca já passou por altos e baixos e posso afirmar, sem sombra de dúvida, que agora estou bem melhor, mas a freqüência das crises ainda é grande. Não é uma dor que me tira do eixo, mas ela vai atormentando de pouquinho, estressando. Começa com um enjôo no estômago, depois uma sensação esquisita e aí a dor, pode ser fraquinha ou forte, ora de um lado da têmpora, ora de outra. Nem sempre o “pacote” todo aparece, mas apenas um desses sintomas já é o suficiente para eu perceber que “ela” apareceu de novo.
Em março do ano passado comecei um novo tratamento e tive uma resposta bastante positiva, apesar de ainda ter crises em um número muito significativo. Então, antes de partir para mais/ou nova medicação, resolvi tentar de novo as agulhas.
Claro que preferia usar o dinheiro e o tempo gasto com as sessões de acupuntura com outras coisas, mas eu sou aquela que busca, incessantemente. Ainda que eu acredite que em certos momentos a gente deva ficar quieta no nosso canto, em se tratando de alcançar o equilíbrio físico, eu coloco o pé na estrada e vou embora.

PS.: Vamos?

Tuesday, February 14, 2006

Pierrot e Colombina

Assim como a Ivis, também vou falar de carnaval.
Eu adoro carnaval, mas para aproveitar São Paulo vazia. Não sou fã de bailes ou agitação. Sou mais um filme, um livro, um passeio no parque e um jantar.
Não, não tenho fôlego para enfrentar estrada. Quero mais é ficar de papo para o ar, tomar um expresso, ir a uma sessão de cinema sem tumultos, na medida do possível.
Ainda bem que o Alê e eu somos bem parecidos nesse quesito. Definitivamente ele não é um folião, ainda que a gente viva a nossa própria folia nesse período.
E o melhor do carnaval é exatamente essa democracia. Tem diversão para todo mundo, mas cada um à sua maneira. Pobres e ricos, de norte a sul do Brasil. Sambando (ou não) na rua, no salão ou acompanhando o desfile da escola preferida pela TV. Na praia, no campo, na cidade, no spa ou no retiro espiritual.
O que vale no carnaval é aproveitar cada minuto e chegar na quarta feira de cinzas cansado ou descansado, não importa, mas plenamente renovado.


PS.: E então, já escolheu sua fantasia?

Thursday, February 09, 2006

Se eu pudesse...

... eu tirava férias.
Ué, mas não foi ainda outro dia que eu tive recesso de final de ano no trabalho? Pois é, foi sim, de um pouco antes do Natal até um pouquinho depois do ano novo.
Mas...não consegui descansar, simplesmente não consegui. Pensei em muita, muita coisa no final do ano. E como já me disseram, sabiamente: pensar cansa e muito!
Não que eu ache que alguns dias em casa fossem mudar tudo. Fossem resolver esse meu cansaço crônico, ainda sem uma explicação definida, um sono matutino que anda me tirando do sério. E que não é sintoma de uma anemia!
Mas adoraria dormir até mais tarde. À noite, ler até mais tarde. Passar tardes inteiras vendo filmes sem grandes pretensões.
Acho que me encantaria ainda mais passar dois dias fora do meu apartamento. Em uma pousada, de preferência com sol, com café da manhã bem gostoso: pão caseiro, queijo, um bolo sequinho, desses de tomar com café. Falando desse jeito, até parece que isso é absolutamente impossível. Não que seja, mas tenho outras prioridades no momento. Coisas da vida.
Ando de mau humor por conta desse sono matutino irritante. Nunca me senti dessa forma. Até umas 9h15 tudo parece de um sacrifício extremo, mas depois de um copo de café vai melhorando. Posso dormir cedo, tarde, dá na mesma no manhã seguinte.
Acho que no fundo eu tenho que aprender a relaxar. Eis um bom começo.

PS.: Bom final de semana a todos!

Tuesday, February 07, 2006

Ainda bem

Hoje é um dia especial e você sabe o motivo.
Você não é um príncipe encantado e ainda assim me encanta. Você é quem me ensina a ver o mundo sem máscaras ou lentes, sem tanta ilusão, e ainda assim me faz vê-lo feliz.
Temos tantas diferenças, mas mesmo nelas nos encontramos.
Na nossa paixão por livros, ainda que de gêneros diferentes, que nos propicia passar horas em grandes livrarias. Sim, ali ficamos separados, mas depois de novo nos encontramos e juntos falamos das novidades, dividindo um expresso e um doce.
Nos filmes no DVD que eu nunca consigo assistir até o final, e nem faço tanta questão quando são de lutas, guerras e afins, mas que me deixam junto de você porque seu ombro é o melhor lugar do mundo para dormir e eu durmo o sono dos deuses. In-crí-vel!
E no nosso entretenimento predileto, o cinema, quando sempre chegamos a um consenso sobre os filmes que valem a pena assistir e nos deliciamos de mãos dadas e muito carinho.
Somos diferentes, pensamos diferentes até porque somos de formação e vivências diferentes. Uma ou outra vez discutimos porque decididamente não somos o casal perfeição.
O que temos em comum? Para mim, o verdadeiro desejo de uma vida a dois, o respeito, a ética e a amizade, que está ao lado do amor e da paixão que sinto por você.

PS.: Ainda bem (Vanessa da Mata)

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque se não
Como seria essa vida
Sei lá
Nos dias frios em que nos estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto de amar
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato do nosso cuidado e entrega

Meus beijos sem os seus não daria
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria ao acaso e não sorte

Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Este encontro
Nós dois, este amor